Nem mesmo a Ditadura foi tão truculenta como o massacre contra os professores’




“Na verdade não foi um confronto, foi um massacre. No confronto você tem duas partes querendo se confrontar e ali não foi o que aconteceu. Foi uma agressão aos funcionários públicos no geral, que estavam reivindicando seus direitos de aposentadoria. 

A polícia jogou bom nos professores durante duas horas. Foi um atentado violento, antidemocrático contra os professores e funcionários públicos no direito de serem ouvidos. 

Mancha a imagem do Paraná e coloca em cheque a capacidade de dialogar com a sociedade, os deputados não permitiram a entrada dos manifestantes na Assembleia”, disse Adilson Alves, que questiona a medida adotada pelo Governo do Paraná. 

“Todo mundo entende que o país passa por dificuldades. Mas o que não se entende é que essas dificuldades não foram criadas pelos funcionários públicos. O que precisaria era o Governo assumir que errou na gestão e negociar com os sindicatos. Partiu-se pra cima com uma violência exacerbada.”

Adilson Alves explicou para os ouvintes a real situação do conflito registrado em Curitiba entre funcionários públicos e policiais que cercavam a Assembleia Legislativa. “Para o ouvinte entender o que aconteceu, é que o Estado do Paraná coloca no Paraná Previdência quase 34 mil funcionários públicos que nunca contribuíram para o fundo para retirarem dinheiro deste fundo. 

O Paraná Previdência foi criado em 1998 por uma reforma da previdência do Estado, e naquele ano foram separadas as massas, uma que nunca contribuiu com o Paraná Previdência e uma parte que passaria a contribuir com esse fundo. E esses funcionários que nunca contribuíram são de responsabilidade do Estado. 

O Paraná sempre pagou a aposentadoria desses funcionários. Agora, com essa tentativa de modificar a estrutura do Paraná Previdência, esses funcionários que nunca contribuíram com o Estado passam a receber. Aí está a grande questão.”

Segundo o professor, a mudança compromete a sustentabilidade do Paraná Previdência. “O fundo era sustentável por 59 anos. Desta maneira, a solvência dele cai para 25 ou 27 anos. Então se coloca uma pressão muito grande sobre o Paraná Previdência. 

Há uma preocupação muito grande com o futuro. Então, na prática o Estado vai tirar desse fundo nos próximos quatro anos aproximadamente R$ 7,5 bilhões e se comprometeu em colocar em 2023 R$ 1 bilhão, que é um dinheiro dos royalties da Itaipu. 

Na prática, no INSS, o patrão paga uma parte e o funcionário contribui também. No Paraná Previdência, o Estado não vinha pagando e já deve para esse fundo cerca de R$ 7 bilhões. Então os funcionários não aceitam esse tipo de modificação, esse é o grande debate
RJB

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